O Projeto de Lei 036/2019, que institui o Plano Diretor de Lajeado, foi aprovado, por unanimidade na 27ª Sessão Plenária, juntamente com as 44 emendas propostas pelos vereadores.

A 27ª Sessão Plenária, realizada na terça-feira (4/8), realizou-se de forma presencial, tomando todas as precauções para prevenir o contágio com o coronavírus (uso de máscara, respeito ao distanciamento social, uso de álcool gel 70° e manutenção do ambiente ventilado). Os vereadores aprovaram o Projeto de Lei 036/2019 (Institui o Plano Diretor de Lajeado), e as 44 emendas.

A matéria tramitou na Casa por quase um ano e meio, período em que recebeu mais de 40 emendas. Foram realizadas reuniões com vários segmentos da sociedade, bem como entidades, técnicos voluntários e secretários municipais. Mesmo tendo sido aprovado, por unanimidade, o novo Plano Diretor de Lajeado poderá ser alterado pelos vereadores, e receber adequações ou alterações.

Os vereadores manifestaram-se, no início da sessão, sobre diversos assuntos voltados para a comunidade, mas, na maioria, a votação do novo plano diretor foi destaque.

O vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB) comentou que os impactos do Plano Diretor de Lajeado (PDL) vão atingir todas as pessoas do município. Que as emendas ao PL 036/2019 foram feitas pela própria prefeitura, além dos vereadores, em função de ajustes necessários, identificados ainda no início do processo. “Uma chegou hoje”, adiantou. Segundo Ranzi, as alterações ao Plano não foram debatidas com a população, de maneira adequada, deixando dúvidas. “A população não sabe o que foi alterado. Chegou hoje uma emenda que vai “salvar o barco”, pois vai permitir que a Câmara de vereadores faça alterações posteriores à votação do projeto”, alertou.

O vereador assinalou que a cidade tem que crescer, e que a verticalização é um processo natural. “Entretanto, em algumas regiões da cidade, o índice construtivo vai baixar. Estou chateado com a votação desse projeto, ele não é adequado para a nossa cidade, ele está incompleto, inconcluso. Reconheço que houve o empenho de muitas pessoas para chegar ao estágio em que se encontra.” Adianta que os vereadores deverão propor alterações, depois de aprovar o projeto, e até promover audiências públicas para embasar as futuras alterações.  

A avaliação do vereador Sérgio Rambo (PT) é de que o novo Plano Diretor de Lajeado (PDL) “não é o ideal, nem o possível é”. Ressalta que tudo o que foi discutido com a comunidade não foi retomado com a mesma. “Também não foi inserido no Plano o que a comunidade solicitou”, afirma Rambo.

O parlamentar fez críticas às reuniões realizadas pelo município, nos bairros, as quais tinham como proposta apresentar e esclarecer sobre o novo Plano Diretor de Lajeado: “Não havia técnicos presentes para fazer esclarecimento, o pessoal foi pouco preparado. Muitas pessoas estavam lá pedindo reposição de luz, e outras coisas, que nada tinham relação com o tema proposto para o encontro”, salienta.

Com relação ao Projeto, Rambo elogiou o trabalho realizado pelo Sindicato das Indústrias de Construção Civil (Sinduscon-VT) e  Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Vale do Alto Taquari (Seavat). “A forma como estava sendo feito o projeto, com o pessoal de Toledo -gente que nem conhece a comunidade lajeadense-, até hoje o projeto não estaria pronto, não fosse o Sinduscon-VT, que “salvou o barco”. O vereador reclamou sobre o dinheiro aplicado com a empresa de fora da cidade que, segundo ele, foi jogado fora. Ainda sobre o novo projeto, foi taxativo “Aumentaram, na realidade, locais que vão ter distribuição de pobreza, não de riqueza”.

A falta de água foi outro tema abordado pelo parlamentar. “No bairro Centenário, onde tem uma área que é abastecida pela Prefeitura de Lajeado, as pessoas reclamam que chega a faltar água por dois dias, e não conseguem falar com o responsável. Nem eu consegui. Não se tem retorno. Souberam que uma empresa estava limpando as caixas d´água, mas, ninguém avisou. Então, a sociedade pede para que, quando haja algum problema, pelo menos sejam avisados para se preparar”, finaliza.

O vereador também adiantou que pediu informações ao secretário de Saúde e ao prefeito, sobre a existência de pessoas que estão internadas na UPA por até 30 dias. “Quero saber se esse fato é verídico. Se for, porque não foram encaminhadas ao hospital, afinal, não sei se a UPA comporta internações, já que não foi criada para esse fim”, reclama.

Em sua manifestação sobre o novo Plano Diretor de Lajeado, o vereador Paulo Tóri (MDB) comentou que o próprio secretário teria dito a ele, há 15 dias, que esse não era o momento de votar o projeto, em função das cotas. Sobre a situação da água no Centenário, o parlamentar lamentou, dizendo que a situação de falta de água não muda, no bairro e arredores.

Tóri retomou a questão das Topics, que estão em situação difícil devido à paralização das atividades escolares, e afirmou que não vai se calar. “Pedi reunião do prefeito com os proprietários de Topics, estava agendada para hoje, mas, em função da bandeira vermelha, a reunião foi cancelada, pois o prefeito teve que ir à Porto Alegre. Sobre a questão da bandeira vermelha, o vereador disse que tem informações de que pode estar havendo ruídos na comunicação entre os governos municipal e estadual, o que pode ter contribuído para a bandeira vermelha em Lajeado. “Espero que não seja verdade, mas vamos buscar informações. É lamentável, são muitas pessoas sendo afetadas pelo fechamento do comércio”, ressaltou.

Tóri reforçou que o legislativo aguarda a reunião do prefeito com os topiqueiros e comerciantes para encontrar uma solução para a atual crise econômica, decorrente da pandemia de coronavírus. “Vamos continuar cobrando. Não dá pra esperar, há mais de cinco meses as pessoas estão vivendo situação difícil. Uns, tendo que entregar caminhonetas porque não têm como pagar a prestação, em função da falta de renda, e as pessoas há mais de cinco meses passando por situação difícil. Entregando a cominhoneta, porque não tem como pagar suas contas, e a prefeitura com caixa positivo. É preciso encontrar uma solução para essas pessoas, buscar recursos nas esferas estadual ou federal, juntar ao que temos em caixa, em Lajeado, com certeza poderíamos tranquilizar essas pessoas, nesse momento”, finaliza.

O vereador Ernani Teixeira (PP) comentou sobre algumas manifestações de colegas, que apontaram para falhas no novo Plano Diretor de Lajeado e, ao mesmo tempo, afirmavam que Lajeado tem que crescer. “Na verdade, se queremos fazer Lajeado crescer é preciso fazer mudanças no plano diretor. Mesmo com falhas, depois de mais de 40 emendas, deve-se votar. Quem não quer votar, não quer o crescimento da cidade. As emendas foram feitas com o objetivo de melhorar.” O parlamentar comentou que foram dadas todas as condições para voto do projeto. “Estourou o prazo para os vereadores proporem emendas, e o presidente abriu o prazo. Foi dada oportunidade para todos participarem. Vamos ter melhorias, talvez não sejam aquelas que cada um de nós espera, mas, depois, podemos propor mudanças. Está na hora sim de votarmos, e é responsabilidade dos vereadores”.

Em sua manifestação, o vereador Waldir Blau (MDB) solicitou à Secretaria da Saúde (SESA) averiguar se há a possibilidade de disponibilizar testes da Covid-19 para a UPA ou Posto do Montanha. Ele explicou que, sem testar, os médicos estão dando atestado de afastamento do trabalho por 15 dias, para quem apresenta sintomas de Covid-19, mesmo sem o resultado do teste, prática que vem prejudicando os pequenos empresários, que têm equipe reduzida. Citou o caso de um conhecido que, ele e a esposa, estão afastados do trabalho, e não sabem se estão infectados pelo coronavírus. “Além deles, que são os empresários, mais três funcionários da equipe encontram-se na mesma situação. Os negócios pequenos não conseguem aguentar isso, não sobrevivem. Então, se fossem testados, talvez não precisariam se afastar do trabalho por tantos dias.”

Comentou sobre a ação da Univates, que vem aplicando testes aleatórios para identificar assintomáticos, e que esses testes poderiam ser direcionados para casos que já estão em atendimento. “Os familiares dos suspeitos são obrigados a ficar em casa, mas, todos precisam trabalhar para pagar as contas no fim do mês. E o município tem dinheiro para comprar testes e deixar na UPA. Que o secretário da Saúde e o prefeito enviem projeto para essa Casa, para que sejam disponibilizados testes nesses locais.”

Com relação à bandeira vermelha em Lajeado, o vereador solicitou que o prefeito reabra os oito leitos de UTI que foram fechados, e que levaram o município a ser enquadrado como de risco elevado no Plano de Distanciamento Social do Governo do Estado. “Veio dinheiro pra isso, Lajeado recebeu, ou receberá R$ 12 milhões para aplicar em ações de prevenção e atenção à Covid-19. Caso tivéssemos esses leitos abertos, Lajeado não estaria na bandeira vermelha, prejudicando o comércio local”, reforça.  

A situação de falta de medicamento controlado, foi trazida pelo vereador Marquinhos Schefer (MDB). Segundo ele, recebeu pedido de ajuda de famílias que não conseguem retirar os medicamentos na Farmácia Escola. “Esses medicamentos são distribuídos só na Farmácia Escola, que não está fazendo a entrega. Como vamos ficar à mercê do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Taquari (Consisa-VRT), que tem esse laboratório para entrega. Se dá um problema, as pessoas vão ficar sem medicamentos? Não pode acontecer. É preciso tomar providências para regularizar a entrega”, pontua.

O parlamentar Fabiano Bergmann (Medonho), que integra o PP, prestou esclarecimentos quanto à falta de água no Bairro Centenário, apontado por alguns vereadores. Segundo ele, houve rompimento de uma tubulação de 35 milímetros, que passa embaixo da BR-386. E, para fazer a manutenção, é preciso descer mais de quatro metros, numa galeria. Como o fato ocorreu à noite, a equipe iniciou o trabalho somente na parte da manhã do outro dia, às 7h, tendo em vista garantir a segurança da equipe. “Retomamos às 7h do outro dia. Para o mesmo dia, por coincidência, estava prevista a limpeza dos oito reservatórios de água, na parte alta do Bairro Centenário. Então, houve a soma do rompimento da rede com a limpeza dos reservatórios, o que ampliou o número de dias sem condições de abastecer a comunidade. Pedimos desculpas, mas tem momentos em que não se consegue fazer diferente.”

O vereador Paulo Tóri (MDB) sugeriu ao vereador que a necessidade de mudança no sistema, haja visto o problema constante de falta d´água no local. Já o vereador Sérgio Rambo (PT) sugeriu a instalação de uma válvula de retenção. “A válvula retém só a água que ia voltar”. Porém, o vereador Medonho (PP) explicou que não é possível, já que a mesma rede do poço é a que também distribui a água. “O objetivo do município, do prefeito, é não deixar que a Corsan assuma a distribuição da água naquela região, estamos fazendo de tudo para que isso não aconteça”, reforça.

A vereadora Neca Dalmoro (MDB) comentou sobre sua preocupação, e de alguns colegas, quanto à votação do novo Plano Diretor de Lajeado. “Estou preocupada porque nós vamos votar o Plano Diretor, e eu não me sinto à vontade, nem preparada para votá-lo. O projeto ainda não contempla cotas seguras para construção. Nada disso foi visto ainda. Esse projeto não está pronto. Vai beneficiar muita gente, mas vai prejudicar alguns. Recebi ligações e recados de pessoas cobrando que a comunidade não sabe o que efetivamente mudou”, reclama.

Neca afirma que, nas audiências públicas, as pessoas nem sabiam do que se tratava o encontro, e os que estavam no local para orientar e explicar o assunto, estavam muito mal preparados. “Vou votar o projeto, mas, com tristeza. Porque vou ter que dar uma resposta para as pessoas que pegaram enchente nas suas casas, que querem saber o que mudou, e vou ter que responder que, infelizmente, não sei.”  

O vereador Sérgio Kniphoff (PT) iniciou sua manifestação avaliando a situação da pandemia na cidade e no Estado. “Estamos na bandeira vermelha, e temos uma situação que preocupa muito, a falta de entendimento entre os governos desse país, nos níveis federal, estadual e municipal. Se o executivo não consegue se entender, imagina a população”. Kniphoff apresentou dados atualizados do Vale do Taquari: dia 9 de julho, 40 óbitos; hoje (4/8), 60 óbitos. “Representa um aumento de 60% nas mortes por coronavírus. “Alguns dizem que o número é pequeno, mas, é pequeno porque não é na família da gente. Para a família do outro é enorme, é absurdo, porque alguém que era muito amado e querido acabou falecendo”. A taxa de ocupação da UTI, que era de 40% passou para 60% a 70%, neste momento. E já esteve mais alta.”

Com relação à falta de água, o vereador diz que recebe muitas reclamações. ‘É muita explicação e pouca ação”, pontua. Kniphoff destaca que a falta de água, em condições normais, já é difícil. Em meio a uma pandemia, então, que as pessoas precisam de água e sabão para higienizar as mãos para prevenir o contágio com o coronavírus, é ainda mais grave, considera. “A falta de empatia que existe me deixa estarrecido, não é só a Corsan a culpada. Queremos menos explicações e mais ação.”

Com relação ao novo Plano Diretor de Lajeado, o vereador comenta que foram quase dois anos de discussão. “Muitas pessoas estiveram envolvidas nesse plano, nós aqui [vereadores] estivemos envolvidos, todos nós sabemos da importância do plano diretor, da importância de votar esse plano, agradecemos a todas as pessoas e entidades que estiveram, juntas, elaborando e discutindo esse plano.

Porém, Kniphoff sinaliza erros iniciais, que considera muito graves. “Foram trazidas 21 emendas para essa Casa, que foram amplamente discutidas e modificadas, ajustadas, e entregues para a Secretaria do Planejamento. Porém, o secretário da época, em vez de incluir as emendas no texto, como foi combinado em reunião, aqui na Câmara, mandou de volta. Não fosse isso, esse Plano teria sido votado ainda em 2019. O atraso ocorreu por incompetência do Executivo, que deixou de resolver o problema, e mandou para que os vereadores resolvessem”, afirma.

O vereador comenta ainda, que desde lá, mais de 25 emendas entraram no projeto. “É cheio de penduricalhos, com muitos problemas. Não foi levado em audiências públicas para explicar para a população dos bairros o que iria mudar. Eles ouviram as pessoas, mas não levaram de volta as modificações”, ressalta.

A necessidade de adequações, no que se refere a cota atual do novo Plano Diretor, é necessária, conforme Kniphoff. “A cota do atual Plano Diretor já foi ultrapassada nessa enchente. Tanto que já se têm informações que advogados estão buscando as vítimas dos alagamentos para que entrem na justiça contra a municipalidade. Deveríamos dar um pouco mais de tempo para votar, para resolver essas questões.”

Depois de passar a presidência para o vereador Sérgio Kniphoff (PT), o vereador Lorival Silveira (PP) comentou que fez requerimento ao município solicitando que tome posse de áreas baldias, a fim de evitar invasões indesejadas. Citou o entorno do Parque dos Dick. “São várias áreas que podem embelezar o município e servir para ampliar parques”, acrescenta.

O vereador comentou sobre algumas críticas que recebeu, de alguns colegas, sobre a votação do Plano Diretor de Lajeado. Lorival lembrou que o PL 036/2020 esteve um ano e meio na Casa Legislativa, período que considera suficiente para que fosse estudado pelos vereadores.

“Tivemos a oportunidade de fazer emendas, desde que o plano entrou na Casa. Os vereadores tiveram tempo suficiente para colocarem suas emendas. Quando assumi a presidência da Casa, uma de minhas primeiras ações foi colocar prazo para as emendas, prazo para analisar as emendas e, para votação. Veio a pandemia, suspendemos os trabalhos. Quando retornamos, foi colocado que iríamos colocar um espaço para emendas e para votação. Todos os vereadores que achavam que deveria ter mudança, essa Casa, a Mesa Diretora, ofereceu toda a ajuda possível, para os vereadores estudarem o plano.”

Acrescentou que, faz 15 dias, a Secretaria do Planejamento (Seplan) e a Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Vale do Alto Taquari (Seavat) se colocaram à disposição dos vereadores para discutir e analisar as emendas. “Se tiver alguma alteração para fazer no plano diretor, é costume dessa Casa fazer as alterações. Tudo pode ser mudado na vida da gente, é só querer. Muitas pessoas estão querendo investir em Lajeado e estão só esperando o novo Plano Diretor.”

O vereador finalizou: “Investimento é sinônimo de emprego. Tenho certeza de que, com a aprovação do novo plano, as obras vão começar a acontecer, e nossos munícipes vão ter a oportunidade de levar comida para sua família. Sou parceiro para que, após a aprovação, a gente [vereadores] se reúna e façamos as alterações necessárias.”

Após a votação das 44 emendas, que se realizou em bloco, com aprovação unânime de todos os vereadores, a sessão seguiu para a votação do PL 036/2019 e emendas. O secretário Carlos Eduardo Ranzi (MDB) fez a leitura da Mensagem Justificativa do projeto. Após, os vereadores manifestaram-se.

O vereador Waldir Blau salientou que o principal motivo para a sua aprovação ao projeto é para auxiliar na redução das dificuldades por que passa a construção civil. Comentou que a empresa contratada sem licitação, de Toledo, não conhecia a cidade. “Veio aqui, pegou o dinheiro e foi embora. Não fez nada pelo o que recebeu para fazer. Acho que esse dinheiro deveria ter sido investido nas entidades do município”. Além disso, o vereador apontou para as “problemáticas audiências públicas” realizadas nos bairros. Para ele, a ausência de técnicos nos encontros dificultou o entendimento das comunidades. “As melhorias vieram, sim, nesse novo projeto. O fundamental é que nós, vereadores, vamos poder fazer mudanças. Precisamos aprovar para dar sequência à construção civil em Lajeado”, finalizou.

O vereador Ildo Salvi (PSDB) disse que votar o novo Plano Diretor de Lajeado é uma honra para todos os vereadores, com algumas mudanças. “Votamos hoje, com tranquilidade, porque o novo Plano Diretor traz avanços.”

O vereador petista, Sérgio Rambo, ressaltou a incoerência na contratação da primeira empresa para a elaboração do novo Plano Diretor de Lajeado. “Foram R$ 250 mil, em contrato com dispensa de licitação. O Sinduscon VRT fez o trabalho pelo valor de um quinto dessa contratação. O estudo que, na realidade, trouxe o projeto para essa Casa. O Sinduscon VRT e a Seavat salvaram o projeto. Nós não precisávamos trazer gente de fora para fazer esse projeto, nós temos gente muito mais competente aqui em Lajeado”.

Para o vereador, aprovar o novo Plano Diretor não garante, por si só, solução para o desemprego. Rambo avalia que a recuperação depende muito mais da capacidade de empreender do que do novo Plano. “Lajeado tem um Plano Diretor, uma lei em andamento. Nós não estávamos sem Lei, só não investia na cidade quem não queria, estava tudo disponível, tudo pronto, tudo funcionando.” Também fez críticas a insuficiente preparação da equipe que estava à frente das audiências públicas.

Insegurança jurídica

O vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB) manifestou preocupação com a avaliação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul – CAU/RS, quanto à possível exigência do Conselho, à municipalidade, de um responsável técnico que assine o Plano Diretor, e as 44 emendas. “Nós estamos trazendo, com a aprovação desse projeto, uma insegurança jurídica, se pode ou não construir. A questão do CAU/RS tem que ser buscada com urgência pela prefeitura, para evitar a insegurança jurídica, o que nós, vereadores, muito tememos, porque ninguém quer investir num terreno e não poder construir”.

Ranzi diz que sempre fez críticas ao fato de o Plano de Mobilidade Urbana – que segundo ele também foi contratado com dispensa de licitação- não constar no novo Plano Diretor de Lajeado. Também, à “tímida” alteração do plano viário, prevista no novo Plano.

O líder do governo na Câmara de Vereadores, Waldir Gisch (PP), fez agradecimento especial aos vereadores que, segundo ele, entenderam que esse projeto (PL 036/2019) poderia ser levado à pauta. “Estamos conscientes que alguma mudança, logo deverá ser feita, o que preocupava alguns vereadores. Também, agradecer a todos os profissionais. A todos, que, voluntariamente, vieram nesta Casa discutir o projeto. Foram vários profissionais, inclusive a arquiteta, Marta Peixoto. A partir de hoje nós temos um norte”, finalizou.

O vereador Sérgio Kniphoff (PT) também se manifestou. Agradeceu a todos que trabalharam pelo projeto, à Seavat, Sinduscon VRT, Univates, Fórum das Entidades e técnicos voluntários. “Principalmente, agradecer às arquitetas Maria Otília Klein e Marta Peixoto, que foram incansáveis, pois participaram do planejamento do Plano Diretor anterior, que está vigente até hoje. Nós não estamos sem lei, portanto, não haveria urgência em votar esse projeto, há uma necessidade.

Com relação ao tempo que levou para que o PL 036/2019 fosse à votação, Kniphoff apontou duas situações: o início da pandemia, que dificultou os encontros durante o ano, em função do distanciamento. E a troca de secretário, há três meses, o que segundo ele trouxe uma situação nova: “O novo secretário não sabia sobre o plano diretor, não participou de nenhuma das discussões”. Também citou o que foi chamado de insegurança jurídica. “Tinha uma lei que garantia a construção acima da cota 27, e a enchente chegou lá. Então existe a possibilidade de ações contra a municipalidade, que já estão sendo procuradas por alguns advogados”. Com relação ao CAU/RS, reforça que a discussão ainda não terminou. “Vamos aguardar se o Conselho vai exigir da prefeitura o responsável técnico. Que assine pelo plano diretor e pelas emendas, inclusive”.

O vereador Paulo Tóri (MDB) considera que as audiências públicas, promovidas pelo município, foram um “verdadeiro fiasco”.  Com relação à empresa que foi contratada para planejar o Plano Diretor, Tóri diz que espera que a prefeitura entre judicialmente para recuperar parte do   pago, para que retorne aos cofres públicos. Ao comentar sobre a retomada da economia, o vereador afirma que o que vai fazer o município retomar a economia: “É o senhor prefeito mandar para essa Casa um Plano de Recuperação. Que atenda às necessidades dos pequenos empresários e comerciantes. Aí sim, nós vamos começar a fazer Lajeado crescer de novo”.

O vereador Ernani Teixeira (PP) parabenizou o município pelo novo Plano Diretor, e agradeceu a todos que participaram da elaboração do PDL, “que foi feito a muitas mãos”. Ele disse não acreditar que prosperem ações contra o município, em função da cota, pois se trata de situações que envolvem intempéries. “Para nós é uma alegria podermos votarmos e aprovarmos esse projeto, hoje, que a comunidade tanto necessita. É lógico que os empreendimentos vão vir com mais força. Era responsabilidade nossa, vereadores, votar esse projeto.”

O vereador Fabiano Bergmann (PP), o Medonho, agradeceu a todas entidades envolvidas no planejamento do Plano Diretor, e salientou: “Agradeço a todos os envolvidos, que pensaram em melhorias para a nossa cidade. Acompanhei 90% das reuniões. Nas audiências públicas, as solicitações dos moradores, mesmo que fora do contexto da reunião, foram atendidas.” O vereador disse que vai ter muitas aberturas de ruas novas.

O vereador Éder Spohr (MDB) comentou que Plano Diretor perfeito não existe, pois cada um tem olhar diferente, cada um pensa de uma forma. “Acredito que o novo plano diretor é melhor que o antigo, e só isso já me faz votar com segurança. Vamos acompanhando o crescimento desse plano que está nascendo hoje.”

O vereador Marquinhos Schefer (MDB) parabenizou todas as pessoas envolvidas na elaboração do projeto, e salientou participou das audiências e visitou todo o território lajeadense, ouvindo as pessoas de toda a comunidade. “As coisas vão se ajustando conforme a carroça vai andando, como se diz. Temos o dever de, amanhã ou depois ajustar as coisas conforme a comunidade vai nos procurando e expondo suas necessidades.”

Presidente Lorival agradece

O presidente Lorival Silveira (PP) agradeceu a todas as entidades que participaram da elaboração do Plano Diretor de Lajeado, fazendo menção especial à arquiteta Marta Peixoto, esposa do vereador Sérgio Kniphoff (PT) e à sua colega arquiteta Maria Otília Klein. “Foram pessoas que sempre estiveram à disposição. Também, ao diretor-executivo do Sinduscon VRT, Jairo Valandro.”

O presidente fez agradecimento especial aos vereadores que superaram as dificuldades do momento, e algumas discordâncias, para que no fim a votação fosse tranquila, como aconteceu. “Sabendo que o plano pode ser alterado, todo mundo chamando a atenção que o plano pode ser modificado ou adequado daqui a alguns dias. E, se por um acaso, o executivo vier a vetar alguma mudança, nós vamos estar aqui para discordar também, não é vetar e a gente aceitar. Vamos analisar bem conforme a situação”.

Após, foram votados os requerimentos, em bloco, aprovados por unanimidade. O presidente convocou a próxima sessão plenária para o dia 11 de agosto. No mesmo dia, será realizada, a reunião das Comissões, de forma virtual e presencial, a partir das 8h30min.

 

Prefeito comemora a aprovação

Em uma live, na sua página no Facebook, um dia após a aprovação do projeto na Câmara de Vereadores, o prefeito Marcelo Caumo comemorou a aprovação do novo Plano Diretor de Lajeado (PDL). “O novo Plano Diretor é um planejamento para o futuro da cidade. Foi construído a várias mãos, por entidades, e associações de bairro, Sinduscon VRT, Univates, Câmara de Vereadores, e técnicos voluntários. Pela abrangência, é grande vitória de Lajeado. Vem modernizar o planejamento da cidade, dividindo o território em sete regiões: cada uma dispondo de atividades essenciais, como serviços de banco, supermercado e farmácia. Com isso, a comunidade do bairro não vai precisar se deslocar até o centro da cidade para acessar esses serviços.

A aprovação do novo Plano Diretor, segundo o prefeito, influencia muito na questão econômica. “Em momentos de crise econômica, a construção civil tem puxado a máquina do desenvolvimento. O novo plano apresenta maior flexibilização para empreender, para a construção. Procura garantir a qualidade de vida das pessoas que buscam Lajeado para viver”.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Data de publicação: 05/08/2020

Créditos: Aline Schmidt

Créditos das Fotos: Aline Schmidt

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